sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vida louca, vida !




Paciência
Zeca Baleiro
Composição: Lenine e Dudu Falcão
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma

A vida não pára

Enquanto o tempo acelera e pede pressa

Eu me recuso faço hora, vou na valsa

A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal

E a loucura finge que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Aleluia, senhor!


Nem acredito.Ufa!Acabou mais um semestre, talvez o mais trabalhoso de minha vida. Agora é esquecer tudo, ou melhor, colocar na gaveta do closet: matérias, fotografias, pautas, faculdade, blá-blá-blá!
Quero afogar meus pés na areia da beira do mar e, no mar, já que não sei nadar, espero não me afogar.HAHA. (iixidoideira)
O bom mesmo é assistir o pôr do sol do Porto da Barra, sentada numa toalha qualquer, tomando um vinho especial e contemplamdo o que a vida tem de bom.
Nunca esperei tanto por isso.Então, o que vamos curtir hoje?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Publico o que me é conveniente




Sei que os veículos de comunicação só noticiam o que lhe convém. Na semana passada tive um exemplo claro disso. Depois de um ano de proibição e quatro meses de luta judicial para garantir o direito de liberdade de expressão, a Marcha da Maconha foi liberada pela Justiça da Bahia e aconteceu no Farol da Barra, no último dia 5/12.


Acredito que a mídia não imaginava que a Marcha teria um número tão grande de adeptos. Nem eu imaginava. Para mim teria , no máximo, meia dúzia de gatos pingados. Porém, ao sair de meu sagrado banho de mar no Porto da Barra, me deparo com uma multidão, que congestionou o trânsito e chamou a atenção de todos.Parecia Carnaval.

Eram cerca de 1.500 a 2.000 manifestantes , que gritavam “ Polícia pra ladrão, pra maconheiro, não” e “ 1,2,3,4,5 mil, queremos a maconha liberada no Brasil. Tudo foi muito pacífico. Um carro de som acompanhava a multidão composta por jovens, em sua maioria estudantes da UFBA, simpatizantes, coroas legalize, antropólogos , além de pessoas da área de sáude, que são a favor do uso medicinal da erva.

No dia seguinte, achei que ia encontrar a marcha estampada nas capas do jornais locais, já que nada de mais interessante tinha acontecido na cidade naquele sábado ensolarado. Porém, nem uma nota foi publicada ou falada no rádio ou na TV.

Quem não estava no ônibus e teve que descer por conta do engarrafamento, ou não estava na barra, como eu, nem imagina que a Marcha aconteceu e que tenha sido tão interessante e subversiva como foi.

Engraçado foi ver a cara dos velhinhos e das senhoras da classe media olhando tudo aquilo e parando por alguns instantes para chamar o movimento de discaração, ou se questionarem quanto à utilização legal da erva.

Pois é , para mim foi um grande passo para a legalização. Para o fim das mortes por conta do tráfico e pelo surgimento de uma sociedade menos ignorante e alienada.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Jornalistas da Bahia, unam-se!


Passado alguns meses que o Supremo desqualificou a profissão de jornalista, dizendo que não é necessário ter diploma acadêmico para exercê-la, chegou a hora de gritarmos, de tomarmos às ruas da capital baiana em busca de visibilidade e apoio.

Nesta terça-feira, dia 24/11, às 9h, estudantes, profissionais e demais interessados na causa vão se reunir em frente à Reitoria da Universidade Federal da Bahia. Todos serão munidos com panfletos, camisetas e apitos para lutar pela aprovação do PEC, que visa reaver a decisão arbitrária dos leigospoderosos do STF. Então, galera, vamos nos unir à Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e mudar os rumos desta história, afinal, é o nosso futuro que está em jogo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Noite que agita


Gostaria de ter palavras
e frases para dizer
Talvez uma vida sem TV, sublime e fácil de viver
Mas as dificuldades se impõem, ultrapassam o campo da superação
A noite cai, o sol sai e mãe terra grita, aflita.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Andanças







A estrada é bela , longa, sinuosa



Os passáros cantam, comem as frutas da estrada



Os passantes andam , caminham rumo ao nada



O coro se vai, a pegada se desfaz



A chuva lava o passáro, a fruta, o homem ...
A dama , a alma, a lama.
(Por Jordânia Freitas)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fervendo por dentro


Ela esquenta, queima , derrete os pensamentos ... os momentos .
Quero parar de ferver para acalmar a mente... o viver!
(Jordânia Freitas)
Linda ilustração de Mariana Massarani.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vale a pena!







Não sou de ficar indicando coisas que leio, entretanto, essa HQ, que já conheço a algum tempo mais só agora pude comprar, vale a modificação de meu hábito de postagens. Que fique claro que o meu manifesto não tem nada a ver com a nova mini-série global, que não é ruim, mas está bem longe de ser a ideal representação da personagem mais liberal das HQ'S . Leia e divirta-se !






quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Eu gosto é do estrago!



"Eu gosto é do estrago!" Estampei essa frase na parede do meu quarto. Depois fiquei pensando... Como assim???

Confesso que até hoje procuro a resposta, mas ela se esconde ali, acolá e nunca a encontro.
Não sei, mas, de repente, a graça esteja ai, em não achar resposta para tudo.



Eis abaixo a fonte de inspiração:

O Velho E O Moço
Los Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante

Deixo tudo assimNão me importo em ver a idade em mimOuço o que convémEu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razãoQuando vem dizer, que eu preciso simDe todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltarPra mudar o que eu fizQuem então agora eu seria?

Ahh, tanto fazE o que não foi não éEu sei que ainda vou voltarMas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em vervaidade em mimEu digo o que condiz.Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razãoQuando vem dizer que eu não sei medirnem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro?A prever e poder desistirdo que for dar errado

Ahhholha, se não sou euquem mais vai decidiro que é bom pra mim?Dispenso a previsão

Ahhh, se o que eu souÉ também o que eu escolhi seraceito a condição

Vou levando assimQue o acaso é amigo do meu coraçãoQuando falo comigo, quando eu sei ouvir.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

VIDA BANDIDA

NÃO SEI O QUE PENSAR, COMO AGIR
SE FALO, ESTOU ERRADA, SE CALO , CONCORDO!

NÃO HÁ MEDIDAS PARA CONTROLAR ESSE TORMENTO QUE AFLORA E DEVORA!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pânico literário


Sei que este blog nunca serviu - e espero que nunca sirva - como diário.Mas, hoje, senti a necessidade de dividir com o público o medo que vêm aflorando dentro de mim nos últimos dias. Não é um medo qualquer, é um medo intelectual, afinal, em menos de 3 meses terei que estar com meu livro-reportagem pronto. O que, diga-se de passagem, não é tarefa fácil.

Ler livros à respeito do tema, fotografar, entrevistar pessoas, criar um progeto gráfico, ESCREVÊ-LO,e , por fim, diagramá-lo. UFA! Só em falar dá cansaço. Aliás, ainda tenho que apresentá-lo. Sei que, no fim das contas , ela vai sair lindo! mas, enquanto isso, corro contra o tempo para ele não me atropelar(rs).

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Vamos celebrar !


Entorpeço – me de alegria, fantasia, bem viver
Pulo, comemoro , celebro o entardecer
A vida é sublime, voraz, fugaz
Tudo chega, fica e se vai

A celebração é contínua, louca e voraz
Assim como a vida e sua existência sagaz


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Clara escuridão


Me perco em meio às indiferenças do dia – a – dia
Não tolero as injustiças e mazelas que me cercam
Corro pelas ruas para não ser fisgada pelo niilismo

Mas a esperança não vem
Meus sonhos se perdem
Minhas angustias afloram
Minhas pernas cansaram

Sobrevivo caindo em buracos
Levanto, caio, levanto, caio
Não me levanto mais
O escuro daqui é ruim

No escuro vejo com “claridade”
Grito, esperneio, choro de verdade

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tic - tac


O tempo passa e tenho que acompanhá- lo
Para não ser passada para trás
Para não ser passado


O tempo passa em alta velocidade e eu tenho que correr
Para não perder a corrida
Para não deixar de viver

terça-feira, 30 de junho de 2009

Elo


Nossos corpos se encontram, tremem, fervem, exalam suor,desejo, prazer...

Se unem como um elo jamais desconhecido, muito menos perdido.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Uma nova maneira de ler mundo


Essa jornada de postagens diárias, com foco na análise semiótica, chegou ao fim. Porém, este tipo de "leitura de mundo" continuará presente em meus textos, já que o exercício de perceber os signos e fenômenos com olhos de analista é algo que levarei para vida inteira.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Gaya pede socorro



Os "profissionais da serra" executam seus afazeres obrigatórios .

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Preconceito o quê?



Variações existem em todas as línguas.
Bom seria se o preconceito não existisse.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Amanhã vai ser outro dia

Amanhã vai ser outro día
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.Viu?
Você que inventou esse EstadoInventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.
(Coro) Apesar de vocêamanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Apesar De Você (Chico Buarque)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Grito dos amordaçados


O meu grito de revolta é o mesmo de tantos que já não vivem .


"Afastar muitos para longe do rebanho... foi para isso que eu vim!" (Nietzsche)

No meu jardim brotam amor, rosas e bromélias


A minha herança pra você



É o amor capaz de fazê-lo tranqüilo



Pleno, reconhecendo o mundo
O que há em si


hoje nos lembramos



Sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu


Ela com certeza estava juntando
Você e eu
Achei você no meu jardim


Minha Herança: Uma flor (Vanessa da Mata)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Vôou pro infinito


Percebo que o tempo já não passa
Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas vôou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim

Não sei dizer o que mudou
Mas nada está igual
Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu

segunda-feira, 25 de maio de 2009

As unidades do dicurso





A noção de tradição é analisada por Foucault no livro Arqueologia do saber .

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A arte de escrever


Externar pensamentos autênticos, genuínos, singulares
Fazer referências ao invés de Ctrl+ c / Ctrl + v
É preciso, sobretudo na academia, fazer esforços para não se tornar um mero reprodutor de pensamentos alheios, de discursos hegemônicos.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Como eu leio o mundo?





Como vontade e representação

A localização do poder e seu efeito



" O poder não pode ser localizado em uma instituição ou no Estado.Assim como ele não somente reprime, mas também produz efeitos de verdade e saber, constituindo verdades, práticas e subjetividades". (Foucault)

Neste caso, proponho uma reflexão sobre o poder do discuso dos M.C.M.

terça-feira, 19 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tapar os ouvidos, parar de ouvir o mundo só por um momento


Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

Ilegais ( Vanessa da Mata)

Quando dois corpos se encontram e deixam - se levar pela paixão, pelo amor, fervor , uma mistura única se forma no ar.

O que importa é o momento e nada mais.Esta é uma das poucas horas nas quais precisamos tapar os ouvidos e parar de ouvir o mundo.

domingo, 17 de maio de 2009

Somos milhões e vivemos à parte



TEMOS NOS VÍDEOS AS PIORES IMAGENS
TEMOS DO SOM OS PIORES RUÍDOS
TEMOS FANTOCHES A NOS GOVERNAR
SUAS MENTIRAS SÃO NOSSAS VERDADES
SOMOS MILHÕES E VIVEMOS À PARTE
NOSSO TRABALHO SUSTENTA ESSE JOGO

Letra: As Mercenárias ( Banda punk brasileira dos anos 80 )

sábado, 16 de maio de 2009

Respeito à pluralidade cultural



Não existe uma cultura superior a outra ou pessoas sem cultura.
Todos os povos tem cultura, a começar pela forma como se organizam socialmente

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Tabu do objeto






Mulher + Homem = Mulher e Homem

Homem + Homem = Também

Mulher + Mulher= São

Mulher + Homens = Leituras

Homem + Mulheres =Possíveis

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Liberté e igualité ?


Fomos tratados como bichos, pior, como objetos

Construímos um país derramando lágrimas de sangue

Fomos expoliados, bestializados

Renegaram nossa cultura, tentaram nos empurrar outra

Após a construção e estabilização de um império, nos descartaram

Assinaram o nosso passaporte para a marginalização ( margem )

Hoje, ocupamos vilas, vielas e favelas. Porém, resistimos, modificando "destinos" e

traçando novos caminhamos com esta bravura unicamente nossa!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A beleza está nos olhos de quem vê



É interessante perceber como o diferente causa repulsa em algumas pessoas. Quando um indivíduo não se “enquadra” nos moldes estabelecidos pela sociedade é logo marginalizado e seu discurso, como dizia Foucault, cai no descrédito, passando a figurar como o discurso do louco.

Essa marginalização a qual são submetidos os “exóticos”, muitas vezes, perpassa a fronteira das ideias e ideais. Seus sentimentos também são enjaulados, sendo considerados feios, repulsivos. A pergunta é: Existem regras para o amor?

O fato é que a mentalidade retrograda e conservadora que permeia nossas vidas e tenta modificá-las não nos deixar respeitar a singularidade alheia.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Isso não é um cachimbo




Blogueiro,sua missão é desconstruir este significado aparente e reconstruí-lo a partir de seu background, de sua percepção de mundo. Tente e verá que podem existir infinitas leituras de sentido em uma única cena. Avante!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O dragão da maldade contra o santo guerreiro ?




Desde os primórdios, inclusive na idade média, o clero figura com um instrumento de opressão social.Ele utilizava o conhecimento, que, diga-se de passagem, mantinha aprisionado, para subjulgar seus segdores.Ludibriava-os com a ideia de que sua condição social era fruto da vontade divina, colaborando assim, com a manutenção do status quo e da servidão.


O "dragão da maldade" nada mais é do que a subversão apresentada pelos servos do gleba , ou "pelos cordeirinhos de deus" quando deixavam à margem a fé e o dogmatismo e se rebelavam contra aquele sitema opressor, maquiado de salvador.

Durante todo o período feudal e até hoje, a religião, sobretudo a cristã,tenta calar os "dragões da maldade" que ameaçam abalar o seu poder. Mas agora é diferente, os dragões também estão armados e prontos para contra - atacar.

domingo, 10 de maio de 2009

Essa metamorfose ambulante, eu prefiro ser



A partir de agora, o rabiscando e provocando tem a missão de perceber, diariamente, o que está além do óbvio.De agenciar sentidos até então "engessados", escondidos por condicionamentos educacionais ou ideológicos.

É tempo de quebrar os significados visivéis,de bagunçar pratos feitos, de "abrir a janela e olhar para o mundo" .

Chega a vez de construir a interpretação aguçada, de jogar fora as vendas da limitação e substituí-las pelos olhos... olhares, ou melhor, pelas lentes do analista.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

The Black is beautiful


As grifes que se apresentam no São Paulo Fashion Week - um dos mais badalados desfiles de modo do mundo -, poderão ser obrigadas a cumprir cotas raciais em seus desfiles.O motivo dessa determinação é o fato de esta semana, a Promotoria do MP (Ministério Público) ter aberto um inquérito para apurar a prática de racismo no evento, isto porque o percentual de modelos negros gira em torno dos 3%.

Essa ação reergueu o debate sobre a efetiva inserção do negro em todos os setores sociais. Mas, não é nesse ponto que vou tocar. Acredito que somente a inclusão de modelos negros nas passarelas não acaba com a discriminação que claramente ocorre no "mundinho fashion".

O meu grito de revolta é: quem desfila na SPFW, seja qual for a raça, necessita enquadrar-se no padrão Barbie de ser, isto é, no europeu. Não adianta incluir mulheres negras nas passarelas, se estas possuírem estereótipo de branco.

Para que o povo negro possa se enxergar nestes espaços é necessário que existam representantes autênticas de sua raça, de cabelos não alisados, nariz largo e, por que não, quadril avantajado?

Pior do que somente apresentar estas moças com “cabelos de branco”, é cortá-los totalmente, ao ponto de aparecer somente a “careca”. Esta ação é tão podre que “engessa” a singularidade de uma raça para legitimar outra. A desculpa dos estilistas “ O cabelo é difícil de adequar aos looks”.

Difícil é compreender que, em pleno século 21, o branco ainda seja considerado sinônimo de beleza.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Meu rolinho de papel couchê


Posso estar proferindo a seguir o desabafo de uma desesperada, mas a verdade é que, em nove dias, talvez o meu discurso e lugar social não tenha tanta relevância como agora. O motivo desse descrédito é o julgamento da ação que pede a extinção da obrigatoriedade do diploma de jornalista.

Sei que a criatividade do jornalista não está assegurada por um pedaço de papel carimbado. Porém, é de se considerar que o embasamento acadêmico permite a esse profissional “abrir as janelas e olhar para o mundo”.

E se tantas profissões de fundamental importância para a sociedade, como a de advogado, necessita do tal “rolinho de papel couchê ” ,então por que seria diferente com os formadores da opinião pública?

Em meu íntimo, sei que os bons do mercado não se prejudicarão caso a extinção aconteça. Entretanto, fico apreensiva ao saber que, no futuro, aqueles que - ,de uma forma ou de outra, influenciam o pensamento de toda uma população - correm o risco de serem simples reprodutores do óbvio, pois certas leituras só aprendemos a interpretar com o apoio do conhecimento – que geralmente habita e se prolifera na academia.

terça-feira, 31 de março de 2009

O papa é pop, os jovens não poupam ninguém


Paris, 25 de março de 2009...

O clima está agradável, dezenas de jovens passeiam pelas ruas. É apenas mais uma quarta-feira parisiense, certo? ERRADO! Manifestantes me atraíram com uma forma de manifestação pacífica, genuína, singular, mas, ao mesmo tempo, contestadora, aspecto primordial da subversão humana. São tantos os adjetivos que atribuo a esse momento....

“Se Deus não existisse tudo seria possível”, disse Dostoiévski. Sempre fui “avessa” aos dogmas das religiões.Não suporto o fato de eles tentarem ditar o que é certo ou errado. O homem é o senhor de seu destino! Deus nos deu, ou não, o livre-arbítrio?

O papa Bento 16 teme em discordar de mim e do resto da população que possuiu o juízo perfeito, mas eu o entendo, pois essa condenação ao uso da camisinha vem desde os primórdios da Igreja Católica. Ele não tem culpa! Talvez tenha lá em seu íntimo um pouco de noção da realidade, porém, prefere não se arriscar, reproduzindo o discurso de seus antecessores, mesmo que o mundo tenha dado voltas.

Mas dessa vez ele foi longe demais, criticar o uso da camisinha na prevenção da Aids durante sua visita à África, um país no qual 75% das mortes acontecem devido à doença? Eu sei que o papa é pop(popular), mas, nesse caso, era melhor ficar calado e parar de ouvir os Engenheiros do Hawai, porque eles já estão bem na fita!

Moral da história: aqui estou eu, na terra do scargot, dando mil risadas com a foto do papa e frase "EU DISSE NÃO" estampada em uma camisinha que eles, os manifestantes, estão distribuindo gratuitamente. A manifestação está ótima, mas bem que podia ser na África, né?

terça-feira, 24 de março de 2009

Me roubaram até o direito de ser cremado !



Essa semana começou a vigorá efetivamente a lei municipal de nº 3.377, determinando que todo cemitério, ainda que privado, é obrigado a conceder 30% de gratuidade do serviço à população carente. No Caso do Jardim da Saudade, esse percentual seria assumido através do serviço de cremação.

Isso é uma grande conquista, considerado que ás vezes este é um desejo do falecido que nem sempre tem condições, pois uma cremação gira em torno de R$ 4 mil, fora o preço do velório.Algumas coisas merecem nossa observação: Esse direito vinha sendo usurpado desde 1984 e somente agora foi devolvido à população. E pasmem! Para ter direito ao serviço é necessário que a família do morto, apresente um “atestado de pobreza”.

Quando parece que os menos favorecidos irão se beneficiar de algum modo, surge alguma letra miúda, algum asterisco na legislação - que literalmente - “ lhes puxam o tapete”.Gostaria de acreditar no velho ideal anarquista, que tema em dizer que uma sociedade igualitária é possível, mas o dia-a-dia me impede .

Viver em uma sociedade em que até o direito de ser cremado lhe é roubado, só fomenta desilusão e angústia.É triste mais é real! Definitivamente este não é um país em que a plebe tem vez .

sexta-feira, 13 de março de 2009

Meu aeroporto é 2 de Julho


Na última terça-feira, 10/3, a imprensa baiana reacendeu a polêmica que envolve o nome do Aeroporto Internacional de Salvador. O estopim foi o fato de o Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), através de documento enviado ao Procurador- geral da República, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o nome do aeroporto fosse restabelecido, voltando a se chamar 2 de Julho.

O argumento usado para fazer o pedido foi o de que a Lei n.° 9661/98, que utilizou o nome do então Deputado Federal Luís Eduardo Magalhães para batizar o aeroporto afronta os termos dispostos no Artigo 216 da Constituição.

A modificação arbitrária do nome do aeroporto representa além de um descumprimento da Constituição, um total desrespeito para com o povo baiano e sua história, uma vez que nesta data comemora-se a Independência da Bahia.

Lembro-me que logo quando foi anunciada a modificação todos ficaram estarrecidos, justamente porque o Carlismo estava arrancando do povo uma representação simbólica de sua historicidade para simplesmente homenagear o seu falecido filho – que, diga-se de passagem, nada fez para merecer tamanha reverência - . Mas, neste caso, acho que não é necessário fazer nada mesmo, ser filho do “cabeça-branca “ já é o suficiente para merecer notoriedade.

Dentre as manifestações contrárias à mudança de nome, em 1998, destaco como mais fervorosa e organizada as passeatas promovidas pelo partido PSB, lideradas pela então ex-prefeita Lídice da Mata . Não gosto de política partidária, muito menos da que é (mal) feita na Bahia, porém, quando fazem algo positivo eu “tiro o chapéu”.

Agora, voltando à questão mais urgente, continuo chamando o aeroporto de 2 de julho.Ressaltando que devemos ter cuidado porque já tem aeroporto, cidade, escola com o nome do tal, imagina se “ netinho” assume o poder? Aposto que ele muda até nome de beco em homeagem ao avô. E nesse constante jogo em busca de visibilidade e poderio, a massa se perde, não sabe a quem recorrer.

Um sentimento que me causa revolta é o egoísmo. Veja bem, não temos educação, saneamento, emprego, moradia, saúde e tantos outros que não vou citar para não transformá-los em niilistas, então custa deixar que o povo tenha pelo menos história?

Renovar é preciso


Após alguns dias de abandono, o Rabiscando e Provocando está de volta, desta vez, muito mais crítico e intenso que outrora.Trata-se de uma nova roupagem, que abordará temas factuais da sociedade brasileira e mundial, mas sempre "de olho" no que nos interessa mais intimamente .Isto é, o que é notícia na Bahia e qual a relevância desta para a população.

Os poemas e pensamentos obscuros não se perderam, estão apenas congelados, conservados em fragmentos do tempo. Agora é hora de renovar, de analisar as entrelinhas dos discursos midiáticos, de treinar os olhos do observador e sobretudo, de perceber o que até então simplesmente foi visto.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Tenho flores e vidros para jogar


FOTO:Jordânia Freitas


Flores, perfumes e espelhos ao mar. É deste modo que os devotos saudam a rainha das águas salgadas.

Na terra de todos os Santos, festas para eles não faltam. Assumo que é lindo de ver a garra desse povo sofrido, que mesmo sem garantia de sucesso, transformam sua pequenas quantias em grandiosas e belas oferendas para Senhor do Bonfim, Santa Bárbara, Yemanjá e quem sabe, Irmã Dulce.

A cidade pára, literalmente. Todo o foco está no mar do Rio Vermelho, de onde pescadores retiram o seu pão/peixe de cada dia, por isso, nessa data, pedem o milagre da multiplicação.

Nota mental: Os presentes recusados pela rainha são “devolvidos “ à praia, de lá, são recolhidos por pessoas mais necessitadas ou por oportunistas mesmo. Mas... Para onde vão os que ela aceita?

Prefiro acreditar que os ativistas do Greenpeace desconhecem os festejos do dia 2 de fevereiro.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Endoculturação



Em punho, uma espada. Ela brilhava e parecia emanar a força e a confiança dos que acreditam em sua proteção. Na porta ou dentro das casas, sabe demarcar sua presença.Curioso! Desde o início do nosso processo de endoculturação somos condicionados, ora pelo senso comum, ora pela família, a criar e nutrir verdadeira ojeriza às religiões afro e tudo que provém delas.

No entanto, é fácil encontrar em lares católicos,“ mundanos’ e protestantes representações simbólicas dessas religiões. As mais comuns são as espadas. Tem de todas as espécies: De Iansã, de Oxóssi, de Ogum principalmente. A justificativa é imutável: “ Tenho porque afasta energias negativas’’.

Preconceito? Não, nenhum! Agora experimente bater em uma dessas casas todo vestido de branco e com os "pés no chão".Melhor não arriscar!

Que hipocrisia é essa que minimiza uma religião mais usufrui de seus elementos com o mesmo fim? Até quando a sociedade se manterá intolerante para com os não pertencentes ao clã-hegemônico?

Não sei! O fato é que esse condicionamento se desfaz quando nos despimos das vendas do senso comum e as substituimos por óculos culturais. É, acho que todos estão devendo uma visita ao oftalmologista, ou melhor, ao antropólogo.

Quanto a mim, já comprei minhas lentes! E melhor que isso, não sou mais uma folha de papel em branco...