As grifes que se apresentam no São Paulo Fashion Week - um dos mais badalados desfiles de modo do mundo -, poderão ser obrigadas a cumprir cotas raciais em seus desfiles.O motivo dessa determinação é o fato de esta semana, a Promotoria do MP (Ministério Público) ter aberto um inquérito para apurar a prática de racismo no evento, isto porque o percentual de modelos negros gira em torno dos 3%.
Essa ação reergueu o debate sobre a efetiva inserção do negro em todos os setores sociais. Mas, não é nesse ponto que vou tocar. Acredito que somente a inclusão de modelos negros nas passarelas não acaba com a discriminação que claramente ocorre no "mundinho fashion".
O meu grito de revolta é: quem desfila na SPFW, seja qual for a raça, necessita enquadrar-se no padrão Barbie de ser, isto é, no europeu. Não adianta incluir mulheres negras nas passarelas, se estas possuírem estereótipo de branco.
Para que o povo negro possa se enxergar nestes espaços é necessário que existam representantes autênticas de sua raça, de cabelos não alisados, nariz largo e, por que não, quadril avantajado?
Pior do que somente apresentar estas moças com “cabelos de branco”, é cortá-los totalmente, ao ponto de aparecer somente a “careca”. Esta ação é tão podre que “engessa” a singularidade de uma raça para legitimar outra. A desculpa dos estilistas “ O cabelo é difícil de adequar aos looks”.
Difícil é compreender que, em pleno século 21, o branco ainda seja considerado sinônimo de beleza.
O padrão Barbie Girl tem que ser revisto. É uma agressão contra as afrodescendentes, que compõem uma expressiva parcela da população do país. Os estilistas precisam renovar seus conceitos e enxergar que não existe o/a representante da beleza física. As negras são tão belas quanto as asiáticas, quanto as norte-americanas, entre outras. Até lá, ainda é preciso defender o político discurso racial no combate desse preconceito.
ResponderExcluirHabitamos em um país constituído por negros, índios e brancos. Nesta mistura étnica qual seria o padrão de beleza a ser considerado ? Quando nos libertarmos dos estereótipos estabelecidos teremos dificuldades em descobrir onde está o feio. Tudo será belo!
ResponderExcluirNossa, já assisti muitos desfiles,e realmente a presença na passarela de negros é pequena!Isso é muito triste, em pleno séc. XXI ainda tanto preconceito... A beleza negra é tão inusitada, brilha onde passa!=)
ResponderExcluirO conceito de beleza, formado por um discurso ideologicamente montado nos padrões europeus, é um dos mais difíceis de ser quebrado. Acho que a inserção dos poucos negros na passarela ainda é mais uma atitude politicamente correta do que o reconhecimento da beleza deles. Vamos ver como os estilistas e afins vão se virar para colocar, a contra-gosto, mais negros no mundo da moda!
ResponderExcluirTem coisas que mesmo com o passar dos anos não mudam...talvez seja por que continuamos aceitando as imposições vinda sei lá de onde, de forma tão passiva e covarde.
ResponderExcluirAcho graça que alguém no Brasil ainda tenha a coragem de abrir a boca para dizer que é branco. Sómos um país miscigenado, com origens africanas, indigenas e etc...
O nosso padrão de beleza nunca foi o europeu, mas temos a mania de nos menosprezarmos e importar não só os padrões como a forma de pensar de países desenvolvidos. Ô mania besta, viu?!
Se continuarmos inertes, sempre será necessário a existência de cotas. O que para mim não adianta muita coisa, pois mesmo com cotas, os negros ficarão a mercê do preconceito e da discriminação racial.
O grande problema é que as passarelas são apenas uns dos reflexos da "ditadura da televisão"...que impõe de modo sutil e traissoeiro à aqueles, que passam suas vidas à frente da tv achando graça do que veem.Manipulação tão eficaz essa, que pessoas chegam a fazer modificações drásticas afim de conseguir encaixar-se nos padrões de beleza.
ResponderExcluirPior do que poucos negros na passarela,são os muitos negros em condições miseráveis, tidos muitas vezes como marginais e descriminados apenas por suas cutis.
O brasil tem uma diversidade tão grande e nem de longe é respeitada.De que servem os negros apenas pra jogar capoeira? e as baianas servem so para enfeitiçar "tio sans" que por qui passam?
NÃO.não são pra isso,os negros servem de exemplo de persistência, dedicação , superação.
Respeitem meus cabelos pixains, que que se rebelam cada vez mais que coisas nojentas desse tipo acontecem.Mais respeito a ancestralidade brasileira,ao
pé na africa aque todo brasileiro tem.