terça-feira, 7 de abril de 2009

Meu rolinho de papel couchê


Posso estar proferindo a seguir o desabafo de uma desesperada, mas a verdade é que, em nove dias, talvez o meu discurso e lugar social não tenha tanta relevância como agora. O motivo desse descrédito é o julgamento da ação que pede a extinção da obrigatoriedade do diploma de jornalista.

Sei que a criatividade do jornalista não está assegurada por um pedaço de papel carimbado. Porém, é de se considerar que o embasamento acadêmico permite a esse profissional “abrir as janelas e olhar para o mundo”.

E se tantas profissões de fundamental importância para a sociedade, como a de advogado, necessita do tal “rolinho de papel couchê ” ,então por que seria diferente com os formadores da opinião pública?

Em meu íntimo, sei que os bons do mercado não se prejudicarão caso a extinção aconteça. Entretanto, fico apreensiva ao saber que, no futuro, aqueles que - ,de uma forma ou de outra, influenciam o pensamento de toda uma população - correm o risco de serem simples reprodutores do óbvio, pois certas leituras só aprendemos a interpretar com o apoio do conhecimento – que geralmente habita e se prolifera na academia.

8 comentários:

  1. Fico muito preocupado em saber, que estou fazendo um investimento que talvez não me dê o retorno esperado, pois quando optei em fazer jornalismo foi com a intenção, fazer algo de bom e legítimo para a sociedade, e quando me deparo com uma notícia como essa, acredito ser mais uma manobra dos clãs hegemônicos em calar a minha voz.

    ResponderExcluir
  2. Concordo plenamente. Esses dias comentando com meu chefe radialista sobre a obrigatoriedade do diploma ele me respondeu que os maiores jornalistas do país nao tiveram diploma nem se formaram em jornalistas. Acredito que o mundo academico abre fronteiras para o pensamento, para a filosofia, para a ética. Fico apreensivo, como diz a autora, em não ter meu rolinho de papel couchê.

    ResponderExcluir
  3. Simples reprodutores do óbvio! Isso não é uma perspectiva futura. Já somos esses reprodutores nos jornais, nas telas, nos hospitais, nas igrejas, na academia... Infelizes!

    ResponderExcluir
  4. Num país onde o que vale hoje em dia é o diploma, essa informação deixou-me bastante preocupada. Deus queira que isso não passe de uma blasfêmia...e que nosso diploma esteja assegurado.

    Au revoir!

    ResponderExcluir
  5. É preocupante mesmo. Não há como se deixar de exigir a formação acadêmica para o profissional jornalista.
    Vamos torcer para que não aconteça. Como aqui as coisas ocorrem sem que se meçam as consequencias, esse poderá ser mais um risco que a população passa a correr.

    ResponderExcluir
  6. É de fato preocupante a possibilidade de extinção na obrigatariedade do diploma do curso de Jornalismo.
    Acredito que existam pessoas que possuem habilidades inatas para a escrita e, por vivermos em um país dito democrático, no qual a liberdade de expressão é permitida, seria possível o exercício da profissão. Entretanto, o jornalista vai lidar com a formação da opinião pública o que reafirma a necessidade de especilaização para a formação de um jornalismo de qualidade.

    ResponderExcluir
  7. Há quem defenda que o jornalista não precisa de qualificações específicas. Basta a vivência do cotidiano profissional para ter o domínio das técnicas. A partir dessa perspectiva, a conquista do diploma torna-se secundária. Não basta saber escrever. O estudante de Jornalismo precisa combater o pragmatismo prejudicial à carreira e cultivar a cultura humanística. Não vejo espaço melhor que o da academia, onde o debate das idéias precisa acontecer. E dele surgirem iniciativas de relevância social. Não tenhamos medo do que vier por aí. Sejamos exigentes, sim, com a nossa qualificação profissional.

    ResponderExcluir
  8. Como pode um médico ir para a faculdade, o mesmo acontece com um advogado, engenheiro e companhia limitada, agora vem essa de aqueles interessados em ter um país burro e feito de gato e sapato para dizer que o jornalista não precisa de Diploma. gente, o jornalista inflencia diretamente nas ações e pensamentos da pessoas. graças a deus tenho três e falta dois anos para me formar em Jornalismo.


    Noel Tavares

    ResponderExcluir