sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Encontros



Em cada canto, um canto
Em cada encontro, encanto
Em cada conto, o tonto
Em cada tonto, encontro encanto

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"Bom dia, camarada António!"



Que pena, acabou. Acho que vou ler novamente,talvez seja porque quando uma narrativa é boa,nos envolve, nos faz, literalmente, mergulhar na história e sair dela com a sensação gostosa de estar com o corpo molhado, fresquinho.

Estou falando do livro " Bom dia camaradas", do jovem autor angolano Ondjaki. Nunca tinha lido literatura africana, mas a experiência valeu a pena.

Trata-se de um romance no qual o autor conta um pouco de sua divertida infância, lá em meados dos anos de 1980, época em que Angola está saindo de uma guerra.

O garoto Ondjaki narra como foi estudar em uma escola onde todos os professores eram cubanos.Viver em um período em que ninguém podia comprar tudo, pois existiam cartões de abastecimento para "controlar" o consumo da população.

Leitura riquissíma, deliciosa, não só porque se trata de conhecer o português de Angola, mas também a história daquela terra, mais especificamente de sua capital, Luanda. Além disso, dá para aperfeiçoar o espanhol, por conta da forte presença dos professores cubanos que estão em missão humanitária naquele país.

O melhor de tudo é que a narrativa é leve, singular, saída do íntimo de um garotinho de pouco mais de 10 anos.

Boa viagem, camaradas leitores!


Trecho da obra- POR ACASO NESSA manhã já não acordei bem-disposto, apesar de ser dia de ir ao aeroporto levar a tia Dada. Isso das despedidas, eu não gosto nada. Matabichámos cedo porque era preciso ir "fazer o ché kingue", como dizia o meu tio. Eu avisei logo à tia Dada que era melhor ela alimentar-se bem porque às vezes demorava mais tempo estar à espera de ir para o avião do que viajar até Portugal.