sexta-feira, 13 de março de 2009

Meu aeroporto é 2 de Julho


Na última terça-feira, 10/3, a imprensa baiana reacendeu a polêmica que envolve o nome do Aeroporto Internacional de Salvador. O estopim foi o fato de o Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), através de documento enviado ao Procurador- geral da República, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o nome do aeroporto fosse restabelecido, voltando a se chamar 2 de Julho.

O argumento usado para fazer o pedido foi o de que a Lei n.° 9661/98, que utilizou o nome do então Deputado Federal Luís Eduardo Magalhães para batizar o aeroporto afronta os termos dispostos no Artigo 216 da Constituição.

A modificação arbitrária do nome do aeroporto representa além de um descumprimento da Constituição, um total desrespeito para com o povo baiano e sua história, uma vez que nesta data comemora-se a Independência da Bahia.

Lembro-me que logo quando foi anunciada a modificação todos ficaram estarrecidos, justamente porque o Carlismo estava arrancando do povo uma representação simbólica de sua historicidade para simplesmente homenagear o seu falecido filho – que, diga-se de passagem, nada fez para merecer tamanha reverência - . Mas, neste caso, acho que não é necessário fazer nada mesmo, ser filho do “cabeça-branca “ já é o suficiente para merecer notoriedade.

Dentre as manifestações contrárias à mudança de nome, em 1998, destaco como mais fervorosa e organizada as passeatas promovidas pelo partido PSB, lideradas pela então ex-prefeita Lídice da Mata . Não gosto de política partidária, muito menos da que é (mal) feita na Bahia, porém, quando fazem algo positivo eu “tiro o chapéu”.

Agora, voltando à questão mais urgente, continuo chamando o aeroporto de 2 de julho.Ressaltando que devemos ter cuidado porque já tem aeroporto, cidade, escola com o nome do tal, imagina se “ netinho” assume o poder? Aposto que ele muda até nome de beco em homeagem ao avô. E nesse constante jogo em busca de visibilidade e poderio, a massa se perde, não sabe a quem recorrer.

Um sentimento que me causa revolta é o egoísmo. Veja bem, não temos educação, saneamento, emprego, moradia, saúde e tantos outros que não vou citar para não transformá-los em niilistas, então custa deixar que o povo tenha pelo menos história?

6 comentários:

  1. Concordo, Jorda!!!

    Mudar o nome do aeroporto foi um ato criminoso contra a história da Bahia, em prol de uma exaltação exagerada da memória de mais um descentende Magalhães. Depois dizem que o povo não tem memória histórica... O poder é que insiste em apagá-la.

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  2. Esse é um dos espaços ideais para transformarmos nossa revolta em um grande texto! A verdade é esta, o egoísmo e a busca pelo poder faz com que a cidade perca sua história! Não morei minha vida inteira em Salvador, como muitos, e acho isso absurdo, pois, há aqui um sentimento de posse e a política acaba determinando o que é ou não história.

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  3. Apóio a sua revolta, e te digo que concordo com tudo o que foi escrito. É necessário que os políticos coronelistas parem com essa mânia de testar seu poder mudando a história, satisfazendo seus caprichos.
    A história de uma cidade/estado é a história do seu povo.
    Bom texto!

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  4. Sua crítica, Jordânia, é e será bem-vinda para quem se importa mesmo com o rumo de nossa cidade. Após o declínio do carlismo nas últimas eleições, qual será, agora, o motivo para adiar as discussões do interesse da população soteropolitana? Se preciso for, invocaremos o espírito da cabocla e do caboclo para espantar qualquer "ziguizira" nos ares da capital baiana.

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  5. Muito bem Jordânia, está certíssima, apresentou sua posição com muita propriedade, assino embaixo.
    Chega de malvadeza com a Bahia!

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  6. Além do desrespeito à data tão significativa para a Bahia, o novo nome é um tanto esquisito com relação ao tamanho: Aeroporto Internacional de Salvador Deputado Luiz Eduardo Magalhães. Ao se aproximar de Salvador, o(a) responsável pelo anúncio do pouso, se pronunciar todo o nome, correrá o risco de estar ainda anunciando com a aeronave já np pátio.

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