quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Vivendo do ócio

Ele teceu mentalmente uma lista de compras. Nela, uma cota: gastar 10 reais. Quando se mora sozinho é preciso economizar tempo e dinheiro! Na cesta do supermercado, uma infinita variedade de cores e sabores. A embalagem atrai: “pronto em 3 minutos”, diz o anúncio. Os macarrões e sopas instantâneas, involuntariamente exemplificam o perfil do homem contemporâneo. Tudo industrializado, enlatado,! Se não, embalado a vácuo.

Insights, vários ao mesmo tempo. Já havia refletido sobre o assunto, mas não com a mesma intensidade. Confesso que após ter lido 1984, passei a ter medo do futuro, principalmente da comida sintética, ou melhor, da vida sintética que estamos construindo e chamando de progresso.

Não sou contra comodidade e praticidade, ao contrário, adoro meu miojo de galinha caipira, porém, critico os escravizados por ele. Além dos da classe de enlatados e fast-foods. Justamente pelo fato de estes não se rebelarem.

Após interiorizar minha experiência de campo e transformá-la em discurso libertário alimentício, chegamos ao caixa. Acredite! Tinha comida para três dias. Nossa! Às vezes parece que fazemos o mesmo com nossas vidas. Pegamos tudo pronto: conservado, enlatado, mastigado, desenhado, escrito por alguém, em algum lugar...

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