
Em punho, uma espada. Ela brilhava e parecia emanar a força e a confiança dos que acreditam em sua proteção. Na porta ou dentro das casas, sabe demarcar sua presença.Curioso! Desde o início do nosso processo de endoculturação somos condicionados, ora pelo senso comum, ora pela família, a criar e nutrir verdadeira ojeriza às religiões afro e tudo que provém delas.
No entanto, é fácil encontrar em lares católicos,“ mundanos’ e protestantes representações simbólicas dessas religiões. As mais comuns são as espadas. Tem de todas as espécies: De Iansã, de Oxóssi, de Ogum principalmente. A justificativa é imutável: “ Tenho porque afasta energias negativas’’.
Preconceito? Não, nenhum! Agora experimente bater em uma dessas casas todo vestido de branco e com os "pés no chão".Melhor não arriscar!
Que hipocrisia é essa que minimiza uma religião mais usufrui de seus elementos com o mesmo fim? Até quando a sociedade se manterá intolerante para com os não pertencentes ao clã-hegemônico?
Não sei! O fato é que esse condicionamento se desfaz quando nos despimos das vendas do senso comum e as substituimos por óculos culturais. É, acho que todos estão devendo uma visita ao oftalmologista, ou melhor, ao antropólogo.
Quanto a mim, já comprei minhas lentes! E melhor que isso, não sou mais uma folha de papel em branco...